A Feminista



Formos a uma Lanchonete. Olhando para ela ninguém diria que ela daria uma de Feminista, pelo menos pela conversa agradável enquanto lanchamos e pelo tempo que nos conhecíamos, ninguém realmente diria. Foi só apenas termos acabado de comer e preste a nos retirar que descobri.
Levantei-me, e fui até o caixa pagar a conta, após a chamei para irmos embora.
— Mas e a conta?
— Já paguei.
— Você pagou a conta?
— Sim.
— Tudo?
— É.
— Acha que eu não tenho dinheiro? - Ela parecia irritada. Olhei para ela confuso – Era pra gente dividir a conta Cara.
— Geralmente quem convida é que paga - Falei com bom humor, na esperança de amenizar o clima.
— Você se acha melhor do que eu?
— O quê?
— Então por que pagou a conta sozinho?
— E qual o problema?
— Cara eu trabalho. Dou duro,  sou independente achei que pelo meu jeito tinha deixado isso claro. Eu pago minhas contas!
— Tudo bem Gabriela, na próxima você quem paga.
— Quis bancar o cavalheiro , certo? Pra mim isso é eufemismo para machista sem vergonha.
— Ok, mas sério tudo isso por que paguei o nosso lanche? - Olhei para ela com aquela cara de ''Como assim?''
— Não é apenas o lanche, quer dizer mesmo que eu explique você não entenderia... você é homem não entende, mas funciona assim primeiro você me paga o jantar, amanhã você vai querer que eu faça comida, que limpe a casa, que lave a roupa, que seja sua empregada doméstica... É sempre assim que começa, quando o homem acredita que pode controlar a mulher como dono dela.
Eu não estava entendo onde ela queria chegar com aquela conversa, mais parecia que a mina tinha se enrolado toda no papo, do que estar dando um argumento de verdade. Levar aquilo adiante não estava na minha vontade.
Ela levantou-se e disse por fim: — Leonardo, você não passa de um machista meu caro, Não me leve a mal mas preciso ir, eu sou uma mulher independente não preciso de um cara que me trate como sexo frágil.
Fiquei olhando para ela enquanto ela ia embora, pelo menos ninguém presente notara o clima tenso. como não podia deixa-la andando sozinha feito doida, fui atrás mas já a tinha perdido de vista, a danada andava rápido. Chamei um táxi próximo a pracinha. Sabia que ela Não tinha ido longe, Tudo que precisava fazer, era convence-la a entrar e irmos embora, A encontrei na esquina dois quarteirões afastado da Lanchonete, pedi para o Motorista se aproximar e já estava com a porta aberta afim de não assusta-la.
— Gaby entra aqui e Vamos Embora - Ela Olhou para mim emburrada
— Não precisa, viemos de ônibus, então eu posso Voltar de ônibus.
— E por acaso você sabe onde fica a Parada de ônibus? Você nunca esteve por esse lados antes.
— Está me chamando de Burra? Nunca Ouviu que quem tem boca vai a Roma?
Não sei se o Taxista se compadeceu com a situação mas ele resolveu prestar solidariedade
— Moça ouça o senhor e entre já são 23:30 e faz cinco minutos que estou parado aqui numa rua deserta, nenhum de nós quer ser assaltado.
Graças a Deus ela Ouviu o Taxista e entrou, eu estava no banco de trás mas ela não foi para frente sentou do meu lado, encolhida pro canto e emburrada.
— Não devíamos ter vindo para um lugar tão longe.
Só a convidei por que ela me disse que estava louca para experimentar o Pastel daquela Lanchonete, mas eu não estava mais afim de jogar isso na cara dela. Após saímos da Zona Sul ela mudou de postura  e começou a ficar inquieta, pelo menos estava calada, mas como tenho a boca grande...
—Leo, você já combinou o preço com o Taxista? - Falou numa voz calma, Parecia que um pouco da Gabriela que conhecia tinha Voltado.
—Não se preocupe dessa vez eu esperei por você, Dessa Vez você vai Pagar - Ela deu um sorriso Amarelo.
—Senhor, Como vai ser o preço da Corrida, Pois moramos em Bairros diferente e...
—Não se preocupe, já combinamos ficou 120$ passando pelos dois bairros. - A cortei rudemente querendo da a entender que não queria conversa.
E seguimos viagem. O silencio tomava conta do táxi durante todo percurso, até chegarmos em meu bairro.
— A minha rua é essa  virando a esquerda - disse ao motorista 
E ele prontamente parou em frente a minha casa, tirei o dinheiro da carteira paguei o taxista e me despedi de Gaby que continuava aborrecida.
— Boa Noite Gabriela, Desculpe qualquer mal entendido.
—Ok
Troquei algumas palavras com o motorista, dei dois tapas no teto do carro, para que ele seguisse viagem Acenei para Gabriela, mas ela pediu para o taxista esperar
—Leonardo...
—Depois nós falamos pelo Whatsapp, beleza? - Fiz sinal para o taxista seguir, eu só queria ir para minha Humilde residência.
 20 minutos depois recebo uma ligação furiosa.
— COMO VOCÊ NÃO PAGOU PELA CORRIDA?

— Como não Paguei? Eu paguei a minha parte.
— Da sua casa para minha não da nem 15 minutos, eu não deveria ter pagado a quantia que paguei! mas que absurdo! isso é desigualdade!
— Claro que não Gabriela, você queria que a conta fosse dividida, Simples, foi o que fiz!
— Já estava tarde e ainda por cima estava sozinha! e se eu não tivesse dinheiro? 
— Você ficou ofendida por que paguei sozinho na lanchonete, certamente tinha dinheiro.
— E dai? e se não fosse o suficiente?
— Queria dividir certo? Meio a Meio? então do que Reclamas? 
— Quer saber? Vá se Foder Homem é tudo igual! e desligou.
 Gabriela foi aquela menina de Uma vez e nunca Mais, Hoje em dia ela não fala mais comigo. Hoje eu sai com Julia aquela garota do trabalho, Ela era desenrolada e parecia não ter frescuras, A levei a mesma Lanchonete para comer aquele pastelzinho, para não repetir o mesmo erro no final, perguntei
— Vamos dividir a conta?
— Como assim dividir? Você quem me convidou, você quem pague. Sabe Leonardo achei que você fosse um cavalheiro, um cara diferente mas no fim é igual a tantos homens por ai. 
E se levantou e foi embora sozinha.
Depois dessa resolvi desistir das Mulheres, Opa não é pra tanto, mas decidi que na próxima não a levaria mais naquela lanchonete, que pena eu adorava aquele pastel.











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