O sonho de quase todo pai ou mãe é ver seu filho formado. Para o azar de quem vos escreve essa história, Meus pais não eram exceção.
—Meu Filho Só com diploma na mão pra conseguir emprego do bão! – dizia a Mãe
_Se sua mãe e eu tivéssemos Feito Faculdade estaríamos melhores de Vida- Recrutava o Pai
O Engraçado Era que eu nunca fui um Aluno Aplicado, E ainda tinha dificuldades em algumas Matérias Básicas. Consequência: Não Passei em nenhum Vestibular de Universidade federal, e Para Meu Fracasso, também em Nenhum Instituto federal, Mas meus pais insistiram e insistiram muito, então decidi me inscrever num desses programas oferecidos pelo governo para tentar ganhar uma bolsa numa faculdade particular que ficava na cidade Vizinha, Pois é sou o Típico do Interior. Pois bem, fiquei a Mercê da sorte e acabei pegando uma bolsa de 50% e me matriculando no Curso de Turismo.
Por três anos, três longos anos comi um pão que o diabo amassou aquele Pão bem surrado mesmo, naquela rotina de quebrar um bico ali outro acolá, gastar uma grana em apostilas (alias dinheiro na mão de estudante é vendaval) esperar o busão passar (Não fiquei em casa de parente nenhum), transitar por 36 quilômetros até minha cidade, Tomar banho, procurar o que comer e lembrar que ainda tinha aquela resenha para fazer, e no dia seguinte a mesmíssima coisa. Sem falar que eu era um universitário liso, sem dinheiro para sair por ai, eu me contentava apenas com os locais próximos, como o shopping.
Acha que faculdade é Moleza?
No fim, recebi o meu diploma... Ufa! Meus Pais Ficaram muito Felizes! Orgulho da Família!
Era hora de arrumar aquele empreguinho tão cobrado, mas esperai ai, nesses três anos o que também extrair além do aprendizado passado é que aquele emprego dos sonhos, o famosos emprego de pouco trabalho e muito dinheiro, iria ficar só nos sonhos.
Na primeira Tentativa Candidatei-me para o cargo de Gerente de Hotel.
— Fale-me de você – pediu o entrevistador.
— O meu diploma falará por mim – joguei o papel na mesa. Convencido e confiante de que conseguiria, afinal eu acreditava em mim, só precisava de oportunidade.
Ele analisou-o.
— Bonito, e Parece interessante, Fala Algum Idioma?
— Inglês - O que não era exatamente verdade, eu apenas sabia enrolar falando algumas palavras.
— Tem experiência certo?Pelo menos Segundo o Currículo.
— Bem...
— Próximo!
E assim cai de cara o chão por que estava sonhando alto demais, Eu fiz o estágio Obrigatório e ainda fui voluntário na secretária da minha cidade mas sem renumeração, não contava como experiência?
Mas como sou brasileiro e Não sou de desistir na primeira. Fui para a segunda entrevista.
— Sou formado em Turismo, Quer dizer, Sou Bacharel em Turismo sou a pessoa certa para a vaga de Coordenador de Eventos.
— Legal; mas, Vejo aqui em seu currículo outros Cursos, experiências em Outros Ramos, é o seguinte precisamos de alguém para trabalhar na recepção acho que você seria mais propicio para esse setor, se encaixaria melhor, Não seria do seu interesse?
— Encaixar? Acha que eu me formei para trabalhar na Recepção? - Eu não gostei do que ouvi, eu tinha capacidade para aquele determinado cargo, eu sabia, preparei aquele currículo cuidadosamente colocando o que achava necessário, e que mal até faria uma mentirinha?
— Hoje você começa na Recepção, daqui alguns anos, você pode ser promovido. Tudo é questão de você vestir o uniforme do hotel e mostrar serviço!
— Não estou interessado – respondi, educadamente. Não, Os três anos não foram para isso.
Para meu desespero, em todos os lugares, ninguém se importava com o meu diploma, só ofereciam empregos para peões. Agências, pousadas etc tudo na área, o salário era uma merreca. Um professor me disse uma vez no tempo da Faculdade ''O segredo é se especializar, é não parar de estudar'' mas meus anos de estudar já passaram a muito tempo eu não tinha mais saco para isso nem tempo estava com 25 anos já.
Os meses passavam – procurei e procurei; contudo, nada de emprego...
Se o mercado não me dava oportunidades, então o governo daria. Inscrevi-me em um concurso público.
Que desânimo! Não cheguei nem perto de ser chamado.
O meu diploma não passava de um papel inútil. Do que adiantou tantos anos de estudos, tanto
dinheiro gasto... Pra quê?. Parecia drama, mas eu era como tantos outros, um desempregado sem condições de se manter.
Não tive escolha,aprendi a ser mais humilde e aceitei me empregar na recepção, pelo menos não era um ASG.
Hoje sou um funcionário como qualquer outro, já mal remunerado. Trabalho demais, o que ganho...Bem da pra me manter, tem dia que o Hotel é uma Loucura tem cada hospede Maluco que da dor de cabeça
Outro dia, eu estava trabalhando naquele serviço repetitivo, monótono, quando a minha colega vira-se para mim, e diz: — Vida de peão não é fácil... Fazer o que, né?Devia ter feito mais que um cursinho, Mas quer saber? Quem mandou a gente não fazer faculdade...
Comecei a chorar.
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